Desses tenho muitos, estão alí por toda parte, me cercando. Estes podem ser contados em todos os dedos das mãos –e até dos pés. Diría até que me divertem, com suas palhaçadas, mas que me somem nos momentos difíceis. Me fogem pelos dedos. Poderia dizer que isso não passa de invenção da minha cabeça, mas não tenho vergonha de assumir. No fim das contas todos perceberão que tem amigos imaginários, talvez só eles. No fim das contas perceberão, infelizmente, que os amigos verdadeiros podem ser contados nos dedos de um porco. Mesmo que poucos, podem ser conservados, talvez assim, poderão um dia se multiplicar e se espalhar nas patas de um polvo.